A desigualdade econômica tem se aprofundado nas últimas décadas, enquanto os líderes políticos continuam a evitar discutir as questões estruturais que alimentam essa disparidade. Nos anos iniciais da década de 2010, o debate sobre as classes sociais estava em alta, com movimentos de protesto surgindo em diversas partes do mundo e livros, como o de Thomas Piketty sobre a desigualdade, ganhando destaque. No Reino Unido, a política trabalhista parecia ganhar força, inicialmente com a crítica de Ed Miliband ao capitalismo predatório e, depois, com o apoio a Jeremy Corbyn, que atacava um sistema econômico desigual.
No entanto, uma década depois, parece que a mudança esperada não aconteceu de forma completa. Embora o Reino Unido tenha agora um governo do Partido Trabalhista com uma grande maioria, o cenário político ainda está longe de ser transformado por uma agenda focada na justiça social e na redução da desigualdade. Embora figuras políticas, como a líder do Partido Conservador, aleguem ter experiência com as dificuldades da classe trabalhadora, a realidade é que muitos veem esse discurso como uma tentativa de se conectar com as bases, sem realmente enfrentar as questões estruturais de fundo.
O texto destaca que, enquanto líderes tentam navegar por esse contexto, as soluções para as desigualdades profundas continuam sendo um tema evitado, e grupos extremistas tentam capturar os votos das pessoas que se sentem deixadas para trás. O foco na mudança política ainda parece estar longe de resultar em respostas concretas para a superação da desigualdade econômica de forma ampla e eficaz.