A desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli Azevedo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar anular a ação penal na qual é acusada de corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro, relacionada à Operação Faroeste. Ela é acusada de aceitar uma proposta de propina de R$ 4 milhões, dos quais teria recebido R$ 2,4 milhões entre 2018 e 2020, para favorecer uma empresa em decisões judiciais. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já recebeu a denúncia e iniciou o processo criminal, com a defesa contestando a imparcialidade do julgamento.
A defesa de Sandra Inês argumenta que houve quebra de imparcialidade no processo, devido à participação de uma delegada da Polícia Federal, que foi assessora do ministro responsável pelo caso no STJ. Segundo os advogados, essa relação comprometeria a integridade do julgamento, já que a delegada havia coletado provas que depois foram usadas contra a desembargadora. Além disso, eles questionam as evidências que sustentam as acusações, incluindo interceptações telefônicas que, segundo a defesa, não comprovariam o envolvimento da magistrada em qualquer negociação ilícita.
A investigada foi presa preventivamente após a Polícia Federal apreender R$ 250 mil em seu apartamento, mas chegou a firmar um acordo de colaboração, o primeiro feito por uma desembargadora no Brasil. Contudo, esse acordo foi rescindido pelo STJ em novembro, quando a corte concluiu que Sandra Inês havia interrompido sua colaboração com as autoridades. Embora tenha perdido os benefícios da delação, as provas entregues permanecem válidas no processo, e a desembargadora agora tenta reverter a decisão no STF.