Um fotógrafo do Quilombo Mumbuca, na Reserva Biológica da Mata Escura, em Minas Gerais, descobriu uma nova espécie de aracnídeo ainda desconhecida pela ciência. O animal foi identificado por meio de uma foto postada no site iNaturalist, uma plataforma de compartilhamento de imagens da natureza. Após o registro, o pesquisador Adriano Kury, do Museu Nacional da UFRJ, analisou a imagem e confirmou que se tratava de uma nova espécie de opilião, um tipo de aracnídeo que, ao contrário das aranhas, possui o corpo em uma única parte. O espécime foi nomeado Cajango ednardoi, em homenagem ao fotógrafo que fez a descoberta.
O aracnídeo foi encontrado por Ednardo Martins, que atualmente trabalha como monitor ambiental na reserva. A foto foi tirada em 2022 e compartilhada em 2023. Após a descoberta, Adriano Kury visitou pessoalmente a reserva para estudar o animal e confirmou que se tratava de uma espécie inédita para a ciência. A pesquisa foi publicada na revista científica Zootaxa, em janeiro de 2024. Essa é a primeira vez que a espécie é registrada em Minas Gerais e também representa uma novidade para o conhecimento sobre os opiliões, um grupo com mais de mil espécies conhecidas no Brasil.
A Reserva Biológica da Mata Escura, com mais de 50 mil hectares, fica entre os municípios de Jequitinhonha e Almenara, no norte de Minas Gerais, e é uma área de grande importância para a preservação de espécies ainda não conhecidas. O Cajango ednardoi foi encontrado em altitudes entre 750 e 1.100 metros, em contraste com outros opiliões que vivem em áreas mais baixas. A descoberta reforça a importância das áreas protegidas para a preservação da biodiversidade e para o registro de novas espécies, muitas das quais podem ainda estar desconhecidas.