Em Trento, cidade localizada nos Alpes do norte da Itália, arqueólogos descobriram pelo menos 200 tumbas individuais datadas da Idade do Ferro, entre os séculos nove e seis a.C. A descoberta ocorreu durante trabalhos de restauração em um edifício histórico, e especialistas consideram o achado excepcional. A preservação das tumbas foi facilitada por uma inundação de rios próximos, que sedimentou a área, mantendo o cemitério intacto por milênios. Dentro das sepulturas, foram encontrados bens funerários, incluindo objetos decorativos, armas e itens de vidro e âmbar, revelando influências culturais de outros grupos itálicos da época.
A estrutura da necrópole surpreendeu os pesquisadores, com sepulturas marcadas por pilares de calcário colocados verticalmente, funcionando como lápides. Além disso, os arqueólogos identificaram uma tumba principal coberta por um monte de terra, com outras sepulturas ao redor. Dentro das caixas funerárias, foram encontrados restos humanos cremados, além de fibras que indicam o uso de tecidos que envolviam as cinzas dos mortos. Essas descobertas fornecem uma visão mais profunda sobre os rituais funerários daquela época, os quais demonstram um vínculo com a elite da sociedade local.
Francesca Gerosa, vice-presidente da cultura em Trento, destacou que a necrópole revela um novo capítulo da história da cidade, oferecendo uma compreensão mais abrangente do seu passado. Segundo os pesquisadores, os rituais de sepultamento encontrados indicam a presença de uma sociedade com alto status, poder e privilégios, estabelecida na região da bacia de Trento. O estudo da necrópole oferece uma janela valiosa para o entendimento da organização social e das crenças dos habitantes dessa área na Antiguidade.