As guardas municipais enfrentam dificuldades para acessar recursos do governo federal, segundo Reinaldo Monteiro, presidente da Associação Nacional de Guardas Municipais. Muitos municípios não têm a estrutura técnica necessária para elaborar projetos que atendam aos critérios de repasses financeiros do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Cidades menores, em particular, carecem de um corpo especializado para desenvolver programas de segurança, como proteção a mulheres e crianças, ou iniciativas ambientais.
A burocracia no processo de repasse de recursos também é um obstáculo, como relatado por autoridades locais. A secretária executiva de Segurança Pública de Paudalho, Rebeca Figueiredo, destaca que os projetos exigem conhecimentos técnicos elevados, dificultando a participação dos pequenos municípios. As propostas de alteração no Sistema Único de Segurança Pública (Susp) incluem a criação de um modelo de repasse de verbas similar ao do Sistema Único de Saúde (SUS), visando descentralizar a distribuição de recursos e facilitar o acesso para as guardas municipais.
A transformação das guardas municipais em polícias municipais também é uma pauta defendida por especialistas, como Rebeca Figueiredo, que acredita que elas são fundamentais no modelo de segurança pública, atuando de forma mais próxima da comunidade. Reinaldo Monteiro, por sua vez, defende uma maior articulação das guardas com outras forças policiais, como parte de uma estrutura integrada e eficiente de segurança pública. Além disso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com o Pnud e a Universidade Federal de Viçosa, realiza um levantamento sobre as capacidades operacionais das guardas municipais, com o objetivo de melhorar o apoio a essas corporações.