As eleições alemãs deste domingo apresentam um cenário de grande incerteza, com desafios econômicos e políticos pesando sobre os candidatos. O país enfrenta uma recessão prolongada, com perspectivas de agravamento caso as ameaças de tarifas comerciais por parte dos Estados Unidos se concretizem. Além disso, a situação de segurança se tornou uma preocupação crescente, com a nova política de “América Primeiro” de Donald Trump gerando dúvidas sobre a postura da Alemanha frente à defesa europeia. A ascensão do partido Alternativa para a Alemanha (AfD) é outra questão crítica, especialmente em um clima de insegurança pública devido a ataques perpetrados por migrantes.
O líder do partido União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, surge como o provável sucessor da atual chanceler, Olaf Scholz, mas enfrenta uma série de desafios. Além das dificuldades econômicas causadas pela perda de energia barata da Rússia e pela crescente concorrência da China, Merz precisa lidar com uma questão de segurança europeia cada vez mais urgente, com a Alemanha precisando investir mais rapidamente em defesa. A situação se complica pela escassez de recursos e pela necessidade de tomar decisões políticas difíceis, como o possível retorno do serviço militar obrigatório.
O tema da imigração também se destaca, com a população insatisfeita devido a recentes ataques violentos cometidos por refugiados, o que tem impulsionado o apoio à AfD, que defende políticas de remigração. No entanto, as decisões de Merz, como a de contar com o apoio da AfD para aprovar uma resolução, o tornaram alvo de críticas. Além disso, sua insistência em manter o limite constitucional de déficit, a “barriga de dívida”, pode ser um obstáculo diante das necessidades urgentes de investimento em infraestrutura e defesa. A situação política da Alemanha está tensa, e se o próximo governo falhar, a AfD pode ganhar ainda mais apoio, o que coloca o país diante de uma possível mudança política significativa no futuro.