Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou, em evento realizado no Rio de Janeiro, que tem um desafio pessoal de definir os limites da atuação do BC em relação ao Poder Executivo. Galípolo, que foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda, destacou a importância de encontrar o equilíbrio adequado entre as políticas monetária e fiscal, sem ultrapassar as fronteiras da autoridade do Banco Central. Segundo ele, o maior desafio está em determinar até onde a instituição pode se posicionar sobre o mercado e os rumos da economia sem ultrapassar o papel reservado à sua função.
O presidente do BC mencionou que não se queixa do espaço e da voz que tem para falar sobre as expectativas econômicas, como a reação dos mercados financeiros e os preços dos ativos. No entanto, ele frisou que a função do Banco Central tem limites institucionais e que é necessário ser cauteloso para não ultrapassar esses limites. A sua fala vem no contexto de uma inflação acima da meta e de uma taxa Selic elevada, que está impactando a economia do país.
Em relação à política monetária, o Banco Central aumentou a Selic para 13,25% ao ano em janeiro e sinalizou uma nova elevação para 14,25% em março de 2025, visando controlar a inflação. A taxa está projetada para alcançar 15% ainda este ano, o maior valor desde 2006. O presidente Lula comentou que Galípolo será responsável por ajustar os juros, mas ressaltou que será necessário tempo para que as mudanças surjam de maneira eficaz.