O envelhecimento feminino representa um dos maiores desafios em termos de desigualdade social e econômica, pois as mulheres enfrentam uma série de obstáculos relacionados à longevidade, à remuneração e à segurança financeira. As mulheres vivem mais tempo, mas ganham menos ao longo da vida e, ao atingirem a velhice, metade delas está abaixo da linha da pobreza. Um estudo realizado por especialistas de diversas áreas, no âmbito do Centro de Longevidade da Universidade Stanford, destacou as dificuldades adicionais enfrentadas pelas mulheres, como a interrupção da carreira para cuidar dos filhos ou de familiares, o que impacta diretamente sua acumulação de riqueza.
A professora Annamaria Lusardi, especialista em educação financeira, ressaltou que as mulheres frequentemente enfrentam barreiras no ambiente profissional, ganham menos do que os homens e têm menos acesso a promoções. Ela também destacou a importância de as mulheres aprenderem a negociar seus salários e a superar a falta de confiança em sua própria capacidade de gestão financeira, o que pode resultar em decisões de investimento mais conservadoras. A vice-presidente JoAnne Moore trouxe dados alarmantes sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres, enfatizando que, para alcançar o mesmo salário de um homem em 2023, uma mulher precisaria trabalhar até março de 2024, e uma mulher negra até julho do mesmo ano.
O levantamento ainda revela preocupações recorrentes das mulheres em relação à independência financeira e à aposentadoria, com grande parte delas preocupada com a inflação e a falta de recursos para se sustentar na velhice. Além disso, muitas mulheres que já estão aposentadas afirmam que, se tivessem a oportunidade, teriam começado a poupar mais cedo e buscado o auxílio de consultores financeiros. A educação financeira continua sendo um tema central para promover a autonomia e a segurança das mulheres em todas as faixas etárias, especialmente em um contexto onde a disparidade salarial persiste, evidenciando a necessidade de políticas mais eficazes para combater essas desigualdades.