O deputado federal André Janones (Avante-MG) gerou controvérsia em 2024 ao defender a adoção da escala 6×1 para os políticos, com seis dias de trabalho seguidos por um dia de folga, mas, ao mesmo tempo, não compareceu a 28 das 29 reuniões da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, da qual é titular. A ausência recorrente nas reuniões deliberativas da comissão, com exceção de uma reunião, contrastou com seu discurso de incentivo a um maior comprometimento dos parlamentares com a carga de trabalho, o que gerou críticas por parte de seus opositores. A assessoria do deputado alegou que a comissão não tratava de temas relevantes, o que justificaria sua ausência.
Apesar de anunciar ter protocolado uma proposta para aumentar a jornada de trabalho dos deputados, não foram encontrados registros oficiais dessa proposição no site da Câmara dos Deputados. Janones, no entanto, teve presença quase constante nas sessões do plenário da Câmara, que ocorrem no período da tarde. Ele também compareceu a algumas comissões das quais não é membro, como o Conselho de Ética, onde respondia a um processo disciplinar. A assessoria do deputado justificou que sua atuação foi concentrada no plenário, onde ele teve poucas ausências.
O debate sobre as ausências e a proposta de aumento da carga de trabalho ganhou maior visibilidade após declarações públicas de Janones, que comparou a jornada de trabalho dos políticos com as condições dos trabalhadores brasileiros. No entanto, a falta de detalhes sobre a proposição mencionada por ele e as ausências frequentes nas comissões alimentaram o ceticismo em relação às suas intenções políticas. A situação gerou um contraste entre suas declarações públicas e a prática no Congresso, onde ele se dedicou mais a outras frentes de trabalho.