Na tarde desta sexta-feira (7), parte dos 111 brasileiros deportados dos Estados Unidos desembarcaram no Aeroporto de Fortaleza (CE) e denunciaram condições desumanas durante o voo. De acordo com a secretária dos Direitos Humanos do Estado do Ceará, os deportados estavam algemados e acorrentados, além de não receberem alimentação adequada ao longo da viagem. A situação foi descrita como extremamente traumática, com alguns passageiros apresentando sinais de grande sofrimento emocional ao desembarcar.
Após a chegada, os deportados foram atendidos por equipes do aeroporto, que prestaram assistência imediata, oferecendo alimentação, água, kits de higiene e retirando as algemas e correntes. A secretária afirmou que as crianças presentes no voo também passaram por dificuldades, com algumas delas só podendo se alimentar após desembarcar em Fortaleza. A situação gerou preocupações sobre o bem-estar das crianças, que ficaram sem comida até a chegada.
Esse episódio se soma a um caso similar ocorrido em janeiro, quando outros 88 brasileiros relataram maus-tratos durante o voo de deportação, incluindo o uso de algemas e agressões. A prática de algemar migrantes deportados é uma política adotada pelos Estados Unidos, sendo retirada apenas após a chegada ao país de origem dos deportados. O governo do Ceará tem se comprometido em oferecer um atendimento humanizado a essas pessoas assim que chegam ao Brasil.