Carla Karolayne de Andrade Coelho, uma jovem de 18 anos natural de Governador Valadares, foi uma das 81 brasileiras deportadas que desembarcaram em Belo Horizonte no último dia 21. Ela relatou sua experiência traumática nos Estados Unidos, onde tentou entrar de maneira ilegal, foi presa e passou dois meses em detenção. Durante esse período, enfrentou condições adversas, como privação de alimentação e higiene, além de problemas de saúde devido à alimentação na prisão. Carla alertou seus conterrâneos a não tentarem migrar para os EUA devido à falta de oportunidades e dificuldades enfrentadas por imigrantes ilegais.
O voo que trouxe os deportados faz parte de um movimento crescente de repatriação de brasileiros desde o início do governo de Donald Trump. No total, 94 imigrantes foram deportados, incluindo crianças e idosos, com 81 desembarcando em Belo Horizonte. Essa foi a terceira operação de deportação sob o novo governo americano, que tem intensificado a repatriação de imigrantes ilegais. As deportações anteriores ocorreram em janeiro e fevereiro, e a prática de usar algemas durante o voo gerou controvérsias, com relatos de tratamento inadequado dos deportados.
Além das condições de transporte, a retirada das algemas ao chegar no Brasil foi um ponto de discussão. O ministro da Justiça do Brasil solicitou que os deportados fossem tratados de forma mais digna após o desembarque. O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, se comprometeu a questionar o tratamento dos deportados, classificando-o como “degradante.” O aumento das deportações reflete uma política migratória mais rígida adotada pelos Estados Unidos sob a administração Trump, com impactos diretos para os brasileiros que buscam uma nova vida no exterior.