A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra figuras ligadas a um suposto plano golpista pós-eleições de 2022 omite trechos significativos dos depoimentos de um ex-assessor do governo. O procurador-geral destaca acusações baseadas em uma colaboração premiada, mas omite declarações que poderiam relativizar as acusações. Entre as omissões, está a incerteza do ex-ajudante sobre o conhecimento do ex-presidente sobre o plano denominado “Punhal Verde Amarelo” e a tentativa de minimizar certos eventos, como reuniões militares e a operacionalização do golpe.
A PGR inclui na denúncia a alegação de que o ex-presidente teria ciência de um plano para impedir a posse do novo presidente, envolvendo até um atentado, mas não menciona a versão do delator, que afirma não saber se o ex-presidente foi informado sobre os detalhes desse plano. Além disso, a denúncia desconsidera explicações que sugerem que certos pedidos de monitoramento não estavam relacionados ao plano de golpe, mas a questões internas de insatisfação com a gestão do vice-presidente.
Apesar das informações omitidas, as investigações da Polícia Federal identificam uma série de reuniões e planejamentos militares que seriam parte de uma tentativa de golpe. No entanto, o depoimento de colaboradores como Mauro Cid contradiz essas acusações, alegando que em muitos casos as reuniões não estavam diretamente ligadas a ações golpistas e que os envolvidos não tinham conhecimento claro de um plano coordenado. As investigações continuam, com o foco em possíveis crimes como tentativa de golpe e participação em organização criminosa.