A defesa tradicional da democracia contra o fascismo tem mostrado ser ineficaz diante do avanço das novas formas de autoritarismo, impulsionadas pela direita híbrida e tecnologicamente moldada, especialmente na era digital. Embora os defensores da democracia façam comparações com regimes do passado para alertar sobre o risco de regimes autoritários, esses argumentos não têm sido suficientes para conter a crescente popularidade de movimentos de direita.
O problema central é que as comparações com o fascismo histórico são mais eficazes para aqueles que já estão alertas e comprometidos com a proteção dos valores democráticos. Essas comparações acabam não alcançando as pessoas que são mais vulneráveis às novas narrativas e táticas, muitas vezes alimentadas pela tecnologia e pelas redes sociais. O aumento de movimentos de direita baseados em plataformas digitais exige uma adaptação das estratégias de resistência, que não podem mais depender de métodos do passado.
A nova dinâmica política, marcada pelo uso de tecnologia como ferramenta de propagação e organização, representa um desafio diferente. A forma como as ideias e ideologias estão sendo disseminadas por meio de algoritmos e redes sociais cria uma ameaça mais difícil de ser combatida pelos métodos tradicionais. A solução não está em resgatar modelos antigos, mas em encontrar novas formas de resistência e vigilância que contemplem as especificidades do contexto atual.