Em discussão no programa “O Grande Debate”, os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla debateram se a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid tem fundamentos suficientes para levar o ex-presidente à condenação. O depoimento de Cid, que teve o sigilo retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, revela acusações de envolvimento do ex-presidente em planos relacionados a um golpe e a tentativa de venda de joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita.
Coppolla argumentou que a delação de Cid não possui valor suficiente para sustentar uma condenação, considerando-a uma narrativa fictícia sem amparo em outras provas concretas. Ele destacou que, por lei, a delação sozinha não pode servir como base para a aceitação de uma denúncia, sendo necessário que ela seja corroborada por outros meios de evidência. Para ele, a denúncia da Procuradoria Geral da República é uma ficção jurídica sem fundamento real.
Por outro lado, Cardozo apontou que, embora a delação de Cid não seja suficiente isoladamente, ela se alinha com outros elementos de prova, como depoimentos, documentos, e mensagens trocadas por WhatsApp, que corroboram as alegações. Segundo Cardozo, a delação de Cid serve como um ponto de partida para investigações e auxilia na confirmação de uma denúncia robusta e fundamentada. A análise deixa claro que, para que a denúncia tenha peso, é necessário um conjunto de provas que complementem a delação premiada.