Na sexta audiência do caso do Massacre de Paraisópolis, a defesa dos policiais militares envolvidos argumentou que as mortes ocorreram devido às condições inadequadas do local onde o Baile da DZ7 foi realizado. O depoimento do tenente da PM e outras testemunhas reforçaram a ideia de que o espaço não estava preparado para comportar a grande quantidade de pessoas presentes e que a equipe policial não estava devidamente treinada para lidar com o caos gerado durante o evento. Além disso, a defesa destacou o uso de granadas e a alegação de uma possível hostilização, incluindo a entrada de indivíduos armados na festa, como justificativa para a atuação policial.
As famílias das vítimas, por sua vez, têm se mobilizado constantemente, pressionando por mais agilidade no processo e pela responsabilização dos policiais acusados de homicídio. Em várias ocasiões, elas realizaram protestos, incluindo manifestações diante do Fórum Criminal da Barra Funda, onde as audiências acontecem. A promotoria, por sua parte, questionou a eficácia das armas não letais utilizadas pelos agentes, argumentando que essas medidas não garantiram a segurança das pessoas presentes no evento, especialmente em um contexto que levou à morte de nove jovens.
Um ponto central levantado pelos advogados de acusação é a suposta orientação dos policiais para que as vítimas se refugiassem em uma viela estreita, onde acabaram sendo asfixiadas e mortas. A defesa dos réus, entretanto, refutou a ideia de que a ação tenha sido deliberada e insistiu na inexistência de contradições nos relatórios feitos sobre o ocorrido. O julgamento determinará se os 12 policiais envolvidos no caso serão levados a júri popular. O caso segue sem punições definitivas após cinco anos do massacre.