Nesta quarta-feira, a curva de juros brasileira apresentou variações, com quedas nas taxas de curto prazo e altas nas taxas de longo prazo. O movimento foi impulsionado pela retração do setor de serviços no Brasil em dezembro e pela inflação maior do que o esperado nos Estados Unidos em janeiro. No Brasil, a taxa do DI para julho de 2025 caiu ligeiramente para 14,165%, enquanto a taxa para janeiro de 2026 registrou uma redução de 4 pontos-base, encerrando o dia em 14,89%. Por outro lado, os contratos de longo prazo, como o de janeiro de 2031, avançaram, com a taxa subindo para 14,91%.
A retração de 0,5% no setor de serviços brasileiro em dezembro ficou abaixo das expectativas de analistas, o que gerou um impacto no mercado de juros, especialmente nas taxas mais curtas. A inflação mais forte nos EUA, com uma alta de 0,5% no índice de preços ao consumidor em janeiro, trouxe pressão de alta sobre as taxas de juros de longo prazo, com o aumento da expectativa de que o Federal Reserve reduzirá menos os juros nos próximos meses. Isso sustentou o aumento dos rendimentos dos Treasuries, influenciando diretamente as taxas brasileiras.
O presidente do Banco Central, em evento no Rio de Janeiro, reforçou a postura cautelosa da instituição em relação a cortes de juros e a necessidade de uma abordagem mais agressiva durante os períodos de elevação. No mercado, as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) seguem apontando para uma possível elevação de 100 pontos-base na taxa Selic em março, enquanto o cenário para maio continua incerto, com uma maior probabilidade de alta mais moderada. As incertezas sobre tarifas dos EUA também são acompanhadas com cautela pelo mercado brasileiro.