O curta-metragem lançado recentemente no Centro Eclético Flor do Lótus Iluminado Maria Marques Vieira, em Rio Branco, traz a história de Dona Cândida, uma das rezadeiras mais tradicionais do Acre, que há mais de 50 anos realiza curas ritualísticas no estado. A obra destaca a importância da prática das rezadeiras, que, apesar de perderem espaço nas últimas décadas, continuam sendo procuradas pela comunidade, especialmente para rituais de cura. Dona Cândida, que não interrompeu seu trabalho nem durante a pandemia de Covid-19, é uma das personagens centrais, e o projeto visa exaltar essa herança cultural importante para o Acre.
O filme tem como objetivo valorizar a cultura local e resgatar a memória das práticas religiosas e curativas tradicionais, mostrando o trabalho de rezadores que desempenharam um papel crucial na sociedade acreana. A obra é assinada pela jornalista e diretora Katiuscia Miranda e foi realizada com apoio dos recursos da Lei Paulo Gustavo, que proporcionaram uma importante visibilidade ao trabalho cultural no estado. A exibição contou com grande participação da comunidade, especialmente de pessoas que veem na prática das rezadeiras uma conexão com o passado e a continuidade da tradição.
Dona Cândida, em entrevista durante o lançamento, expressou sua esperança de que mais pessoas se interessem por esse ofício, já que, segundo ela, são cada vez mais raras as rezadeiras na região. A visibilidade dada ao curta-metragem é uma tentativa de trazer à tona uma prática que, apesar de ser fundamental na cura e espiritualidade de muitas pessoas, tem se tornado cada vez mais difícil de encontrar.