Deputados do PT criticaram a postura do presidente da Câmara, que minimizou a gravidade dos atos de 8 de janeiro de 2023, ao desvinculá-los de uma tentativa de golpe de Estado. Para os parlamentares da base do governo, a análise de um projeto de lei que propõe anistiar os envolvidos na depredação de prédios públicos seria uma afronta às instituições e à democracia. Em entrevista à rádio Arapuan FM, o presidente da Câmara argumentou que as penas aplicadas aos condenados por golpismo são excessivas e destacou que o tema será tratado com cautela na Casa.
A possibilidade de discutir a anistia gerou divisões, com aliados de um ex-presidente recebendo a declaração com otimismo. O presidente da Câmara, eleito com o apoio de uma ampla coalizão de partidos, já havia enviado outros recados ao Executivo e ao Judiciário, tratando de questões como a transparência no uso de recursos públicos e a necessidade de cortes de gastos. Em resposta, membros do PT, incluindo a presidente do partido, ressaltaram que a anistia seria incompatível com o respeito à decisão judicial e à defesa da democracia.
O debate sobre a possível anistia também foi alimentado por declarações de parlamentares que consideram os ataques de 8 de janeiro parte de uma tentativa coordenada de golpe de Estado. Alguns deputados apontaram que, além da depredação, havia um plano mais amplo de violação da ordem democrática, com a participação de aliados de um ex-presidente em ações golpistas e até mesmo em planos de assassinato. Para esses parlamentares, a discussão sobre a anistia é vista como uma forma de minimizar os ataques às instituições e aos líderes do governo atual.