Em 2024, o número de denúncias relacionadas a grupos e canais do Telegram que disseminam imagens de abuso e exploração sexual infantil aumentou 78%, segundo uma pesquisa divulgada pela SaferNet, ONG que atua na promoção dos direitos humanos na internet. O estudo revelou que, entre o primeiro e o segundo semestre do ano passado, houve um aumento de 19% no número de grupos e canais envolvidos nessas atividades ilícitas. A plataforma, que ainda enfrenta críticas pela falta de moderação eficaz, foi apontada como um dos principais veículos para a propagação desses conteúdos nocivos.
O relatório também indicou que o número de usuários ativos envolvidos em grupos de abuso sexual infantil no Telegram subiu de 1,25 milhão para 1,4 milhão entre os primeiros e os segundos seis meses de 2024, totalizando mais de 2 milhões de usuários registrados em canais relacionados. Apesar dos esforços da plataforma para melhorar a detecção automática desses conteúdos, a SaferNet afirma que a moderação continua insuficiente, permitindo que imagens de abuso sexual infantil circulem livremente por longos períodos de tempo sem a devida intervenção.
Além disso, a pesquisa detalhou o uso de criptomoedas e serviços financeiros não regulamentados, que facilitam as transações ilegais dentro da plataforma. O Telegram, que não está registrado no Banco Central do Brasil e utiliza provedores financeiros em jurisdições não regulamentadas, continua a ser um dos aplicativos mais baixados globalmente. As denúncias podem ser feitas diretamente à SaferNet ou por meio dos mecanismos de denúncia da própria plataforma, que permite que os usuários sinalizem conteúdos criminosos facilmente.