Em 2024, os financiamentos imobiliários com recursos da poupança alcançaram R$ 186,7 bilhões, um crescimento de 22,3% em relação ao ano anterior. Este volume foi o segundo maior da história, superando as expectativas da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que previa um desempenho estável. Esse aumento foi impulsionado pela recuperação econômica, com avanço do emprego e da renda, que geraram maior demanda por moradia. No entanto, para 2025, espera-se uma retração de 15% a 20% no volume de financiamentos devido à alta das taxas de juros e a desaceleração da economia.
A alta nas taxas de juros, iniciada no final de 2024, já começa a impactar o mercado imobiliário, com a Caixa Econômica Federal e outros bancos privados aumentando suas taxas. Apesar disso, o mercado imobiliário manteve-se aquecido nos primeiros meses de 2025, já que os contratos de financiamento foram fechados antes dos ajustes nas taxas. A Abecip também registrou uma diminuição na inadimplência, que atingiu o menor nível da história, ficando em 1% da carteira de financiamentos. No entanto, a expectativa é de que as altas nas taxas de juros afetem a demanda nos próximos meses.
Em termos de participação de mercado, a Caixa Econômica Federal foi a líder em 2024, com R$ 79,6 bilhões em financiamentos, representando 42,6% do total. Seguiram-se Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. Além dos financiamentos com recursos da poupança, que totalizaram R$ 186,7 bilhões, também se destacaram os financiamentos com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que somaram R$ 126 bilhões, com alta de 29%. A tendência para 2025 é de um orçamento estável para o FGTS, o que pode sustentar a demanda por habitação popular.