Os donos de uma creche localizada no Setor Faiçalville, em Goiânia, foram processados sob acusações de maus-tratos a crianças. De acordo com o Ministério Público de Goiás, ao menos 30 crianças, com idades entre seis meses e três anos, teriam sido submetidas a abusos físicos e psicológicos entre 2023 e 2024. As investigações revelaram que as crianças eram trancadas em um quarto escuro e sem ventilação quando choravam, ficando ali por longos períodos sem comida ou água. Além disso, algumas crianças chegavam em casa com sinais de maus-tratos, como hematomas e assaduras.
A mãe de uma das vítimas, que também é advogada, denunciou o caso à polícia, depois de ouvir relatos de ex-funcionárias sobre as condições precárias no local. As acusações incluem a privação de alimentos e líquidos adequados, com algumas crianças sendo alimentadas com sopa batida ou água quente. A defesa dos réus, por outro lado, sugere que as denúncias possam estar relacionadas a interesses pessoais envolvendo ações trabalhistas movidas por ex-funcionárias da creche, o que levanta questionamentos sobre a credibilidade das acusações.
O juiz responsável pelo caso determinou medidas cautelares para impedir que os réus realizem atividades com crianças e adolescentes, além de outras restrições, como a proibição de se aproximarem das vítimas. Caso condenados, os responsáveis podem enfrentar penas de até oito anos de prisão. A creche foi fechada no final de 2024, e o prédio foi vendido para novos proprietários, que afirmaram não ter ligação com a gestão anterior nem com os fatos em investigação.