A Costa dos Esqueletos, localizada na Namíbia, é um dos locais mais inóspitos e misteriosos do planeta, marcada por um cemitério de navios e destroços. Ao longo de sua vasta extensão de 500 km, diversos naufrágios históricos como o Eduard Bohlen e o Dunedin Star atestam a luta entre a humanidade e as forças da natureza. Além de ser um terreno árido e ventoso, o local é conhecido por suas baixíssimas taxas de precipitação e pela neblina espessa que frequentemente encobre a costa, tornando a navegação perigosa desde os tempos das Grandes Navegações.
Apesar das condições extremas, a Costa dos Esqueletos abriga uma biodiversidade única, resultado da interação entre as águas geladas do Atlântico e as correntes da Benguela, que trazem nutrientes do fundo marinho. As focas do cabo, os leões-marinhos e os tubarões brancos são alguns dos habitantes desta região, além de uma vegetação escassa composta por arbustos halófitos e líquens. O local também é famoso por seus esqueletos de animais marinhos, elefantes e baleias, que reforçam a ideia de um lugar marcado pela morte e pela destruição.
A região foi transformada em um parque nacional na década de 1990 e, hoje, é um destino de atração turística sazonal, que oferece vistas espetaculares e um ecossistema raro. O Parque Nacional da Costa do Esqueleto, além de preservar a fauna local, também é um testemunho da história colonial da Namíbia, marcada pela exploração de diamantes e pelo surgimento e decadência de cidades como Lüderitz. A costa continua sendo um espaço de grande importância histórica, ambiental e cultural, refletindo a complexa relação entre o ser humano e a natureza.