O corte no orçamento da USaid (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) afetará a capacitação de profissionais brasileiros para a prevenção e combate a incêndios florestais. A suspensão das atividades de assistência internacional por 90 dias, anunciada pelo governo de Donald Trump, impacta o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios, uma parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a USaid. Este programa, que financia e executa treinamentos em colaboração com diversas instituições brasileiras e o Serviço Florestal dos EUA, está sendo reavaliado devido à interrupção do suporte da agência norte-americana.
Apesar da paralisação das atividades da USaid, o combate aos incêndios florestais no Brasil não sofrerá impacto direto, de acordo com o Ibama. No entanto, a suspensão comprometerá a continuidade de ações técnicas e de capacitação que são essenciais para a reestruturação das instituições brasileiras envolvidas no gerenciamento de incêndios. A reprogramação das atividades já agendadas está sendo discutida entre os órgãos participantes, incluindo o Ibama, o ICMBio e a Funai, que avaliarão se as ações ocorrerão sem a participação do Serviço Florestal dos EUA.
Criada em 1961, a USaid tem um histórico de atuação internacional que se transformou ao longo das décadas. Originalmente vista com ceticismo em países como o Brasil, devido à sua associação com a política externa dos Estados Unidos, a agência passou a atuar em áreas como direitos humanos e meio ambiente a partir dos anos 1980, ganhando respeito em setores progressistas. A atual paralisação de suas atividades reflete uma mudança significativa nas políticas de assistência internacional do governo dos EUA, com reflexos diretos sobre programas de cooperação como o de manejo florestal e prevenção de incêndios.
