A onça-pintada, maior felino da América, enfrenta sérios riscos de extinção devido à redução de seus habitats naturais, como a Amazônia e o Pantanal, principalmente devido às atividades humanas. Essa espécie-chave, além de ser um predador de topo, desempenha um papel crucial na manutenção da biodiversidade de seus ecossistemas. Em 2002, um estudo propôs a criação das Unidades de Conservação de Onças (JCUs), que buscam identificar áreas geograficamente viáveis para preservar populações de onças. Um projeto recente, coordenado pelo Instituto Onça-Pintada (IOP), defende a criação de corredores ecológicos, como o Corredor do Araguaia, para conectar diferentes biomas e garantir a continuidade da espécie.
O Corredor do Araguaia, que se estende ao longo dos rios Araguaia e Tocantins, é visto como uma solução crucial para a conservação da onça-pintada. Sua implementação não busca a criação de novas áreas de conservação integral ou a desapropriação de terras, mas propõe um planejamento territorial que concilie a proteção da biodiversidade com as atividades econômicas existentes, especialmente a agricultura. O corredor abrange uma vasta região com diversas unidades de conservação e áreas de reserva legal, e há um esforço em restaurar partes de propriedades que ainda não cumprem a legislação ambiental, o que torna possível a viabilização do projeto sem impactar negativamente a produção agrícola.
Apesar de críticas e desinformação, o Corredor do Araguaia já existe na prática e sua formalização seria um grande avanço para o desenvolvimento sustentável da região. Com o apoio de diversos setores da sociedade e a regulamentação adequada, o corredor pode se tornar o maior do mundo, beneficiando tanto a conservação da fauna e flora locais quanto a economia regional. A conscientização e o apoio das comunidades locais e dos grandes proprietários de terra são fundamentais para o sucesso da iniciativa, que pode servir como modelo de integração entre conservação ambiental e atividades humanas.