O Banco Central (BC) manteve sua política monetária em piloto automático durante a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ao anunciar mais um aumento de 1 ponto porcentual da Selic. Contudo, o comunicado não trouxe novidades significativas e manteve em aberto o ritmo de ajustes após maio, conforme os riscos internos e externos. O Copom sinalizou que, apesar da continuidade do ciclo de aumento, a incerteza em torno do governo de Donald Trump e a desaceleração econômica domesticada influenciam as decisões futuras, sem comprometer-se com um aumento tão agressivo como os anteriores.
O tom do comunicado gerou interpretações divergentes no mercado. Para alguns economistas, o Copom adotou uma postura mais “dovish”, com sinais de que o aumento da Selic pode ser menos pronunciado do que o previsto, especialmente devido a projeções moderadas de inflação e um possível impacto menor das políticas comerciais de Trump. Por outro lado, outros analistas consideram que o comunicado manteve uma postura “hawkish”, pois, apesar das incertezas, o BC manteve uma projeção inflacionária firme para o longo prazo, indicando um cenário ainda de vigilância e cautela.
A expectativa é de que o Banco Central continue observando de perto o cenário externo e os sinais de desaceleração econômica interna, sem descartar ajustes adicionais nos juros. Especialistas, como os de instituições financeiras, sugerem que o Copom pode repensar o ritmo de alta da Selic, dependendo das condições econômicas e da reação do mercado. A ata do Copom, que será divulgada na próxima semana, poderá fornecer mais esclarecimentos sobre o tom da política monetária e as perspectivas para os próximos meses.