A construção civil deve apresentar um desempenho mais fraco na criação de empregos em 2025, em comparação com o ano anterior. Esse cenário é atribuído à manutenção dos juros elevados, com a Selic projetada para alcançar 14,25%, e à escassez de mão de obra. Em 2024, o setor registrou a criação de 113.860 vagas, cerca de 30% a menos do que no ano anterior, com uma queda acentuada na geração de empregos em obras de infraestrutura. Para 2025, economistas estimam que o setor criará cerca de 59 mil postos de trabalho, quase metade do que foi registrado em 2024.
Embora o setor de construção civil tenha se mostrado resiliente, com a demanda por mão de obra impulsionada nos últimos dois anos, o mercado enfrenta desafios estruturais. A escassez de profissionais qualificados, aliada a baixos salários em comparação com outros setores industriais, dificulta o preenchimento de vagas. Além disso, a construção de rodovias, que depende de recursos públicos, apresenta resultados negativos, com expectativas mais favoráveis apenas para o ano eleitoral de 2026.
Os desafios são acentuados por uma mudança nas dinâmicas de trabalho, com uma geração mais escolarizada evitando empregos braçais, o que agrava a escassez de mão de obra no setor. A alta rotatividade também é apontada como um obstáculo para a construção de capital humano, dificultando a formação de equipes estáveis. Com a ampliação do poder de barganha dos trabalhadores, o setor enfrenta pressões salariais, o que contribui para o aumento da renda, mas também eleva os custos de contratação.