O consórcio formado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e uma mineradora privada planeja explorar recursos minerais no Ceará, incluindo fosfato e urânio. A proposta visa extrair 750 mil toneladas de fosfato e 2,3 mil toneladas de urânio anualmente, aumentando significativamente a produção nacional do mineral. Com isso, o projeto busca reduzir a dependência de importações e criar 6 mil empregos diretos e indiretos. No entanto, a principal preocupação ambiental envolve o uso de água, já que o projeto prevê a retirada de até 10% da vazão do açude Edson Queiroz, essencial para a região.
A iniciativa é considerada estratégica para o setor nuclear, com grande potencial para gerar receita por meio das exportações de urânio. Especialistas apontam que o aumento da produção de urânio poderia atender à crescente demanda por energia nuclear, especialmente na Europa. No entanto, a aprovação do projeto depende de questões regulatórias e ambientais, além da avaliação de seu impacto na região semiárida do Nordeste, onde a escassez de água é uma preocupação constante.
Enquanto isso, o Brasil enfrenta desafios no setor energético, especialmente com a obra de Angra 3, que está com 65% de conclusão e necessita de investimentos elevados para sua finalização. O Conselho Nacional de Política Energética será responsável por decidir o futuro do projeto de mineração no Ceará e o destino da usina nuclear, com uma avaliação crítica sobre os custos e os benefícios para o país.