O Conselho de Direitos Humanos da ONU (UNHRC), criado em 2006, celebra 19 anos de existência, mas enfrenta desafios significativos com a recente retirada dos Estados Unidos e de Israel, que criticam a atuação do órgão. O conselho foi criado para substituir a antiga Comissão de Direitos Humanos, com o objetivo de dar mais prestígio e autoridade ao tema da defesa dos direitos humanos. Composto por 47 países eleitos por mandatos de três anos, o conselho realiza avaliações periódicas sobre a situação dos direitos humanos nos países membros e adota resoluções e decisões que buscam influenciar a ação dos governos.
As resoluções do UNHRC têm grande impacto, especialmente em países que, como Brasil, Chile e Argentina, consideram tratados internacionais como superiores às suas próprias legislações. Apesar das críticas de que o conselho proteja violadores de direitos humanos, ele continua desempenhando um papel importante na promoção e proteção dos direitos humanos globalmente. O atual clima de insatisfação, com a saída dos EUA e Israel, pode afetar tanto a representatividade do conselho quanto seu financiamento, já que os Estados Unidos são um dos principais contribuintes financeiros da ONU.
Especialistas destacam que a saída dos EUA e de Israel do conselho pode abrir espaço para outros países, como os da União Europeia e o Brasil, assumirem um papel de liderança na defesa dos direitos humanos. Para muitos, a ausência dos Estados Unidos representa uma oportunidade para fortalecer a liderança global em direitos humanos, desde que outros países se empenhem em apoiar o conselho, financeiramente e politicamente. A falta de liderança, no entanto, pode afetar negativamente a eficácia das ações do UNHRC no futuro.