Moradores do Conjunto Fazenda Grande II, parte do programa Minha Casa, Minha Vida em Salvador, enfrentam a presença de traficantes que dominam a distribuição e o controle de apartamentos. De acordo com investigações locais, um grupo de criminosos controla a entrada e saída de moradores, expulso daqueles que têm vínculos com a polícia. Os apartamentos desocupados são revendidos ou alugados, muitas vezes por preços acessíveis, mas com a condição de que os novos moradores tenham alguma conexão com a facção criminosa.
O esquema, que opera há pelo menos oito anos em diferentes conjuntos habitacionais de Salvador, envolve tráfico de influências e a imposição de um controle rígido sobre os moradores. Quem não segue as ordens dos traficantes, como informar sobre atividades comunitárias ou a presença de autoridades, pode ser vítima de ameaças ou expulsão. Além disso, muitos dos moradores expostos continuam pagando as parcelas do financiamento da Caixa Econômica Federal, esperando recuperar seus imóveis, o que agrava a situação de insegurança e abuso.
A Polícia Militar, após a denúncia, intensificou a presença nas áreas afetadas, mas os traficantes continuam a atuar com força, sendo capazes de se esconder em áreas de difícil acesso. O Ministério Público Federal e os órgãos competentes afirmam que a questão do tráfico é de responsabilidade das forças de segurança, enquanto os problemas administrativos relacionados ao programa habitacional devem ser tratados por entidades federais. A situação continua a gerar discussões sobre a eficácia das políticas de habitação e segurança pública no enfrentamento de crimes organizados.