O manguezal da Amazônia, uma das maiores áreas contínuas desse ecossistema no mundo, ocupa uma região estratégica entre os estados do Pará, Amapá e Maranhão, sendo essencial tanto para a biodiversidade quanto para a economia local. Os habitantes de Bragança, no Pará, convivem com o ecossistema, que é uma fonte de alimento e cultura, com destaque para frutos como o ajuru e o turu, além da pesca de caranguejos. Esse ambiente único resulta da interconexão de diversos ecossistemas, como recifes de coral e várzeas de maré, e carrega uma grande quantidade de sedimentos e nutrientes trazidos pelos rios da região.
A educação ambiental desempenha um papel fundamental na conscientização das novas gerações sobre a importância do manguezal. O projeto “Escola Vai ao Mangue”, promovido pelo Instituto Peabiru, tem levado estudantes de várias escolas de Bragança a conhecer de perto esse ecossistema. A iniciativa permite que os jovens vivenciem a biodiversidade do mangue, aprendam sobre as espécies de flora e fauna locais, além de participarem de atividades práticas, como o plantio de mudas para a recuperação de áreas degradadas. Em 2024, cerca de 2 mil alunos participaram do projeto, que também integra saberes tradicionais de pescadores e extrativistas.
O impacto da iniciativa é visível tanto na educação quanto na preservação ambiental, com a recuperação de 16 hectares de manguezal e o acompanhamento do retorno de espécies como os caranguejos. Em 2025, a expectativa é expandir as atividades, principalmente com a realização da COP30, que ocorrerá em Belém. O manguezal amazônico tem grande importância para o equilíbrio climático, já que sua vegetação é capaz de estocar carbono em níveis muito superiores aos de outros ecossistemas. A integração entre educação, conservação e cultura local é um exemplo de como iniciativas interdisciplinares podem contribuir para a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável da região.