A partir deste sábado (01), o Congresso Nacional verá a eleição de novos presidentes com perfis distintos em relação aos anteriores. No âmbito da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) é visto como uma figura mais acessível e disposta ao diálogo, o que deve facilitar a interação com o governo. Ele obteve apoio de 18 dos 20 partidos da Casa e, para muitos governistas, a relação será mais harmoniosa do que com seu antecessor, Arthur Lira (PP-AL). A política de boa vizinhança, entretanto, dependerá também da reforma ministerial em curso.
No Senado, a mudança de comando também traz desafios. A substituição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) por Davi Alcolumbre (União-AP) tende a tornar o cenário mais complexo, já que Alcolumbre é visto como alguém mais focado nos interesses dos grupos políticos dentro da Casa. Ele chega com um apoio mais amplo, especialmente de partidos como o PL, que terá importantes cargos na presidência do Senado, como a vice-presidência e a Comissão de Segurança Pública. A relação entre Alcolumbre e o governo federal também será diferente da proximidade que Pacheco teve com o presidente Lula nos últimos anos.
Por fim, tanto Motta quanto Alcolumbre mantêm uma boa relação entre si, o que pode fortalecer o Congresso como um todo e contribuir para uma colaboração mais eficiente entre as duas casas legislativas. A dinâmica entre os novos presidentes será fundamental para determinar o andamento de pautas importantes, incluindo as que envolvem o governo e os grupos de oposição. O equilíbrio entre esses diferentes interesses será um dos principais desafios das novas lideranças.