O programa PEPFAR, criado pelos Estados Unidos para combater o HIV e a AIDS em nível global, tem sido fundamental para salvar milhões de vidas nos últimos 20 anos. Contudo, a administração atual dos EUA implementou uma interrupção temporária na ajuda externa, alegando que a iniciativa é ineficaz, o que gerou grande incerteza e prejudicou a continuidade do tratamento de HIV em diversas partes do mundo. A medida causou interrupções no fornecimento de medicamentos e na assistência a pacientes, colocando em risco os avanços conquistados na luta contra a doença.
A interrupção do tratamento com antivirais, essenciais para controlar o HIV, pode levar à multiplicação do vírus, tornando-o resistente aos medicamentos e aumentando o risco de infecção para outras pessoas. Sem o tratamento adequado, o sistema imunológico dos pacientes enfraquece, tornando-os vulneráveis a doenças oportunistas, como pneumonia e tuberculose, que podem ser fatais. A situação é particularmente grave em países com altas taxas de infecção por HIV, como a África do Sul, que enfrenta também uma grave crise de tuberculose.
A suspensão de programas de apoio, como testes de HIV e aconselhamento, e a demissão de profissionais de saúde financiados pelos EUA em países como Quênia e Etiópia, têm gerado um impacto devastador, com muitas pessoas sendo deixadas sem acesso ao tratamento. Especialistas alertam que, se não forem tomadas ações imediatas para restaurar a ajuda, o número de mortes relacionadas à AIDS pode aumentar significativamente, e o risco de surgimento de cepas mais resistentes do HIV é real, o que pode agravar ainda mais a crise.