A confiança da indústria no Brasil apresentou uma leve queda em fevereiro, refletindo um cenário de cautela entre os empresários quanto à atual situação dos negócios, conforme dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Confiança da Indústria (ICI) registrou uma redução de 0,1 ponto, atingindo 98,3 pontos. Dentro deste índice, o Índice de Situação Atual (ISA), que avalia a percepção dos empresários sobre o momento presente do setor, teve uma queda de 0,5 ponto, indo para 100,4 pontos, indicando um ligeiro pessimismo em relação à atividade industrial atual.
Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE), que mede a visão dos empresários para os próximos meses, avançou 0,4 ponto, para 96,3 pontos. Esse aumento reflete uma melhora nas previsões de produção e contratação no curto prazo, compensando parcialmente os resultados negativos observados em janeiro. Contudo, o panorama para os próximos seis meses continua desfavorável, com uma percepção generalizada de desaceleração econômica, o que reforça a cautela diante da expectativa de um cenário econômico mais desafiador, em parte influenciado pela taxa de juros elevada e pela desvalorização do câmbio.
Apesar da leve melhoria na percepção sobre a demanda e dos estoques em níveis satisfatórios, a indústria enfrenta desafios. A situação dos negócios piorou em fevereiro, com uma queda de 2,9 pontos no ISA, o que representa o quarto recuo consecutivo deste indicador. No entanto, os estoques apresentaram um pequeno avanço, com o indicador subindo para 95,3 pontos, o que é o melhor resultado desde fevereiro de 2022. Quando o nível de estoques está acima de 100 pontos, isso indica excesso de produtos armazenados, o que não foi o caso neste mês, sugerindo um controle mais equilibrado.