O debate sobre a segurança nacional frequentemente assume que, em tempos de crise, a defesa de um país dependeria da cooperação com os Estados Unidos. No entanto, o crescente papel das tecnologias de inteligência e sistemas militares interligados sugere que, caso os EUA se tornem uma ameaça, já estariam em posição estratégica dentro das fronteiras de nações aliadas. A dependência de sistemas compartilhados pode tornar vulneráveis países que confiam nos EUA para proteção, sem considerar um cenário em que os Estados Unidos passem a ser um adversário.
No contexto atual, poucos questionam a viabilidade de uma defesa independente de um aliado tão potente, mas a reflexão sobre um possível conflito com os EUA está ausente do debate público. As implicações de tal situação seriam imensas, já que as infraestruturas de segurança e as estratégias militares dos países ocidentais estão profundamente entrelaçadas com as dos Estados Unidos. Isso implica que, em caso de rompimento de laços, a adaptação para uma defesa autônoma seria complexa e desafiadora.
Além disso, o cenário político internacional atual, com figuras que desafiam o equilíbrio global, pode aumentar o risco de instabilidade. A possibilidade de alianças inesperadas e mudanças na dinâmica de poder exigem uma preparação estratégica mais ampla, em vez de um foco exclusivo na dependência dos EUA. É essencial que as nações considerem planos de contingência que envolvam não apenas a defesa contra ameaças externas, mas também o fortalecimento da autonomia frente àqueles que historicamente foram seus maiores aliados.