O Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) registrou um número alarmante de 124 mortes de profissionais de imprensa em 18 países durante 2024, o maior desde o início do monitoramento, há mais de 30 anos. O conflito em Gaza foi apontado como o cenário mais letal para jornalistas na história da organização, com Israel sendo responsável por cerca de 70% das mortes. A entidade criticou as autoridades israelenses por não investigarem adequadamente os incidentes e por alegadamente transferirem a responsabilidade para as vítimas.
O aumento de mortes em comparação aos anos anteriores é significativo, com 102 mortes registradas em 2023 e 69 em 2022. Entre os países com mais registros de jornalistas mortos estão Sudão e Paquistão, além de outros casos de assassinatos direcionados, em países como Haiti, México e Myanmar. O CPJ está investigando ainda outros incidentes em que há suspeitas de ataques deliberados a jornalistas. A organização alertou para o agravamento das condições de trabalho para profissionais da imprensa, especialmente em zonas de conflito.
Em resposta às críticas, o exército de Israel afirmou que não recebeu informações suficientes sobre os casos e reiterou seu compromisso de não atacar jornalistas intencionalmente. A situação tem gerado preocupações quanto ao futuro da segurança de jornalistas no cenário global, com a CEO do CPJ, Jodie Ginsberg, destacando que o momento atual representa o mais perigoso da história para a profissão. Até o início de 2025, seis jornalistas já haviam sido mortos.