A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos anunciou que irá discutir a possibilidade de reabrir a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, falecido em 1976, após um acidente de carro na Via Dutra. O episódio gerou especulações sobre um possível atentado político, dado o contexto da ditadura militar. Embora a Comissão Nacional da Verdade não tenha encontrado evidências conclusivas de homicídio, a Comissão da Verdade de Minas Gerais sugere que um atentado não pode ser descartado, devido às contradições nas investigações da época.
Além de Kubitschek, outras figuras políticas que tiveram mortes controversas também estão sendo reavaliadas, como o ex-presidente João Goulart, que faleceu em 1976 enquanto estava exilado na Argentina. A Comissão Nacional da Verdade investigou sua morte por envenenamento, mas o laudo foi inconclusivo. A suspeita de que Goulart tenha sido vítima de uma operação clandestina continua a ser debatida, especialmente em função de seu envolvimento com movimentos opositores ao regime.
O caso do diplomata chileno Orlando Letelier, morto em 1976 por um atentado a bomba em Washington, também é citado como parte das operações secretas da ditadura, no âmbito da chamada Operação Condor. Esse episódio, que envolveu a execução de Letelier e sua colega, teve repercussão internacional e gerou pressões sobre o apoio das autoridades dos EUA às ditaduras sul-americanas. A morte de Letelier foi posteriormente associada a ordens de altos membros do regime chileno.