A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) anunciou, em sua 3ª Reunião Ordinária, a decisão de discutir com as famílias a possível reabertura da investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que ocorreu em 1976. A comissão reiterou que não há prazo de validade para a análise de fatos com repercussão histórica, o que permite a continuidade do processo. A solicitação para reabrir o caso foi encaminhada por representantes da Comissão da Verdade Municipal de São Paulo e por um jornalista, logo após a reinstalação da CEMDP.
A investigação preliminar foi atribuída à relatora Dra. Maria Cecília Adão, que, durante a reunião, solicitou a inclusão do motorista de Kubitschek como possível vítima da ditadura militar. Dada a complexidade do caso, a comissão decidiu nomear um segundo relator, Dr. Rafaelo Abritta, para atuar conjuntamente na análise. A comissão destacou que as famílias envolvidas serão consultadas oficialmente antes de qualquer decisão sobre a admissibilidade do pedido.
A morte de Kubitschek, ocorrida em agosto de 1976, foi inicialmente atribuída a um acidente de trânsito, mas há teorias que sugerem a possibilidade de um atentado político. A CEMDP ressaltou que o caso de Kubitschek se insere em um contexto maior de pedidos de reconhecimento de vítimas da ditadura militar, os quais estão sendo analisados pelo colegiado. A comissão agora aguarda as consultas familiares para avançar com as próximas etapas da investigação.