A Comissão Europeia decidiu abandonar três propostas de regulamentação tecnológica, incluindo questões sobre patentes, Inteligência Artificial (IA) e privacidade em aplicativos de mensagens, após uma forte pressão do setor privado. A decisão foi tomada considerando que as iniciativas enfrentavam dificuldades para serem aprovadas pelos legisladores e países membros da União Europeia, além de passarem por um intenso lobby de indústrias de tecnologia.
Uma das propostas mais controversas tratava das patentes essenciais padrão, que são utilizadas em diversos dispositivos, como celulares, carros conectados e equipamentos de telecomunicações. A intenção era reduzir as longas e dispendiosas disputas judiciais sobre os royalties dessas patentes. No entanto, a medida gerou resistência por parte de grandes empresas de tecnologia e fabricantes, como Nokia, Ericsson, Apple e Google, que disputam o valor a ser pago pelos royalties.
A retirada das propostas foi criticada por várias entidades do setor, como a Fair Standards Alliance, que representa grandes empresas como BMW, Tesla e Amazon. Elas destacaram que a decisão pode prejudicar o ambiente de inovação e enviar um sinal negativo para empresas que dependem de um sistema de patentes previsível e justo. A Nokia, por sua vez, alertou que a medida afetaria o ecossistema global de inovação e poderia desestimular investimentos em pesquisa.