A comercialização da soja brasileira para a safra 2024/25 tem enfrentado dificuldades devido ao aumento dos custos de frete, que estão pressionando os prêmios e os lucros dos produtores. O alto custo do transporte rodoviário, que subiu cerca de 40% desde janeiro, é um reflexo dos gargalos logísticos no país e da recente alta do preço do diesel. As tradings têm adotado uma postura cautelosa, fechando contratos apenas com a venda já garantida, o que tem retardado o ritmo de comercialização.
Além disso, o dólar mais baixo e a expectativa de possíveis problemas nas safras de outros países, como a Argentina, têm influenciado a decisão dos produtores, que preferem aguardar melhores preços. Apesar do avanço de 4,4 pontos percentuais nas vendas antecipadas, o ritmo está abaixo da média dos últimos cinco anos. Isso reflete uma cautela tanto por parte dos produtores quanto das tradings, que buscam minimizar os riscos envolvendo o alto custo do frete e as incertezas no mercado internacional.
A pressão nos prêmios de exportação é outro fator relevante, com os preços sendo negativamente impactados pelo aumento do frete e pela sazonalidade da colheita. A falta de clareza quanto ao mercado de Chicago e a guerra tarifária também contribuem para a desaceleração das vendas. Com a expectativa de que os produtores voltem ao mercado mais próximo de abril, o cenário atual reforça os desafios da comercialização, que se mantém lenta em meio a custos elevados e incertezas externas.