No dia 8 de fevereiro de 2019, uma sirene alertou para o risco de rompimento da barragem Sul Superior, localizada na Mina Gongo Soco, em Barão de Cocais, Minas Gerais. Mais de 400 pessoas foram forçadas a deixar as comunidades de Vila do Gongo, Socorro, Piteiras e Tabuleiro, devido à iminente ameaça. Seis anos depois, ex-moradores dessas áreas se reuniram para uma cerimônia religiosa, marcada por uma manifestação simbólica que rememorou o momento da evacuação. Cerca de 50 pessoas participaram do evento, realizado nas proximidades da histórica Igreja Mãe Augusta do Socorro, que data do século 17.
A cerimônia foi conduzida por um diácono e aconteceu em uma estrada com vista para a igreja, uma importante representação do estilo rococó de Minas Gerais. Os ex-moradores não têm permissão para retornar às áreas evacuadas, o que marcou o evento como um momento de reflexão sobre as perdas enfrentadas por essas comunidades. A evacuação ocorreu sob a orientação da Agência Nacional de Mineração (ANM), que, apesar de a barragem nunca ter se rompido, não permitiu o retorno dos moradores às suas casas.
O ex-morador da Vila do Gongo, Nicólson Pedro de Resende, compartilhou suas lembranças do dia da evacuação, quando, em plena madrugada, ele e outros residentes tiveram que abandonar suas casas apressadamente, movidos pelo medo do desastre. Mesmo após seis anos, os ex-moradores continuam sem perspectivas de retornar, marcando um capítulo de incertezas e mudanças forçadas para as famílias afetadas.