A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma colheita de grãos 8,2% maior entre 2025 e 2026, o que representaria um novo recorde para o Brasil, incluindo produtos como soja, milho, arroz e feijão. Embora a ampliação da oferta possa ajudar a reduzir os preços de alguns alimentos, especialistas afirmam que os efeitos dessa colheita mais robusta não serão imediatos, principalmente devido à dependência do mercado externo, que é influenciado pela valorização do dólar. Além disso, a inflação do setor também depende de fatores como o aumento da renda dos brasileiros e o comportamento do clima.
Embora a expectativa de uma safra positiva para 2025/26 seja uma boa notícia, os especialistas destacam que a situação climática de 2024, com uma seca histórica causada pelo El Niño, gerou escassez e aumentou o custo de alimentos. A previsão para 2025, no entanto, é de um cenário climático menos severo, o que contribui para a expectativa de uma safra maior. Contudo, outros fatores, como o ciclo da pecuária e as altas taxas de juros, também têm grande impacto nos preços dos alimentos, limitando o alcance das melhorias esperadas pela maior produção de grãos.
Além disso, para que a redução dos preços seja mais efetiva, é necessário que haja investimentos em infraestrutura logística, como o uso de transporte fluvial e a construção de silos, o que diminuiria o desperdício e os custos de distribuição. A tecnologia também desempenha um papel crucial, com inovações que podem tornar as culturas mais resistentes a condições climáticas adversas, como a seca. Contudo, o impacto de uma boa safra de grãos na redução de preços dependerá de uma série de fatores que vão além da produção agrícola.