A previsão de uma colheita recorde de grãos para 2025/26, com um aumento de 8,2% em relação ao ciclo anterior, traz uma expectativa positiva para a economia agrícola. Produtos como soja, milho, arroz e feijão devem ter boas produções, o que pode aliviar, em parte, os custos da produção de alimentos, como carne e óleo de soja. No entanto, especialistas alertam que o impacto imediato no preço dos alimentos será limitado, já que fatores como a valorização do dólar e o mercado externo continuam a influenciar os preços.
O cenário climático, mais favorável do que o do ano passado, contribui para essa previsão otimista. A seca histórica de 2024, provocada pelo El Niño, afetou seriamente as colheitas e elevou os preços, mas a recuperação esperada com a mudança para o fenômeno La Niña deve melhorar a produção no país. Apesar disso, o preço de produtos de ciclo curto, como tomate e cebola, continua sendo mais afetado pelas condições climáticas do que pela quantidade de grãos produzida.
Além da safra, outros fatores precisam convergir para uma redução mais significativa nos preços, como a diminuição das taxas de juros e melhorias na logística de transporte. A inflação e a alta do consumo também são aspectos que pressionam os preços, sendo que o aumento da renda e o crescimento da demanda interna fazem com que o poder de compra das famílias continue sendo um desafio. Portanto, embora a expectativa de uma safra maior seja positiva, os especialistas indicam que os efeitos sobre os preços podem demorar para serem sentidos, com a real mudança no bolso do consumidor podendo ocorrer apenas no segundo semestre de 2025.