A ovelha Dolly, nascida em 5 de julho de 1996 na Escócia, foi o primeiro mamífero clonado com sucesso a partir de uma célula somática adulta, um marco histórico na ciência. A clonagem foi realizada pelos cientistas do Instituto Roslin, no Reino Unido, que extraíram uma célula da glândula mamária de uma ovelha para criar Dolly. Embora tenham sido clonados 277 embriões, somente Dolly sobreviveu, o que comprovou sua identidade como clone. Seu nome foi uma homenagem à cantora norte-americana Dolly Parton. Dolly morreu em 2002 devido a complicações pulmonares, o que gerou discussões sobre a ética da clonagem.
A clonagem de Dolly teve repercussão mundial e gerou debates sobre os limites da biotecnologia, além de avanços importantes. Uma das maiores contribuições foi o desenvolvimento das células iPS, criadas a partir de células adultas reprogramadas em laboratório para se comportarem como células-tronco embrionárias. Essa descoberta, que rendeu o Prêmio Nobel de Medicina a Shinya Yamanaka em 2012, abriu novas possibilidades para o tratamento de doenças. O processo de clonagem também foi replicado com outros animais, como macacos, uma doninha-de-patas-pretas e um cavalo-de-przewalski, inclusive com a intenção de preservar espécies ameaçadas de extinção.
Além disso, a clonagem de Dolly inspirou experimentos que levaram à clonagem de embriões humanos, utilizando técnicas semelhantes às empregadas no caso da ovelha. Em 2013, cientistas da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon clonaram um embrião humano, criando células-tronco embrionárias a partir de óvulos desprovidos de DNA. Esses avanços continuam a fomentar a pesquisa sobre o potencial terapêutico da clonagem e suas implicações éticas, enquanto o legado de Dolly segue como uma das maiores realizações da biotecnologia.