No final de janeiro, cientistas da Organização Mundial de Saúde Animal (WOAH) reportaram os primeiros casos de gripe aviária H5N9 nos Estados Unidos, em uma granja de patos na Califórnia. Apesar da mutação constante do vírus, a presença do H5N9 preocupa especialistas, especialmente considerando os surtos recorrentes de H5N1 em aves e outros animais, como vacas. A disseminação do H5N1 é acelerada pela grande população de aves migratórias nos Estados Unidos, que são portadoras do vírus, espalhando-o com suas fezes, o que tem levado a um número elevado de surtos em granjas de aves.
O H5N9 é um vírus raro em aves, mas surgiu como uma combinação genética de H5N1, H7N9 e H9N2, de acordo com pesquisas realizadas na China em 2015. Embora ainda não se saiba se esse vírus é capaz de infectar seres humanos de forma eficiente, há preocupações sobre o potencial de novas mutações. A detecção de H5N9 junto com H5N1 em patos levanta o risco de novos vírus surgirem a partir da combinação genética dessas cepas. Tal cenário aumentaria as chances de uma nova variante que pudesse ser facilmente transmissível entre humanos.
Dada a complexidade da situação, especialistas afirmam que é necessário um esforço global coordenado para monitorar e conter a gripe aviária, especialmente porque as aves migratórias não respeitam fronteiras nacionais. No entanto, a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e as políticas que dificultam a colaboração internacional podem agravar os riscos de surtos mais amplos. A falta de uma estratégia multinacional eficaz aumenta a probabilidade de crises sanitárias de maior escala, prejudicando a resposta global a epidemias potenciais.