O texto aborda a realidade das crianças e jovens em diferentes espaços urbanos, destacando como a falta de infraestrutura adequada limita suas experiências e seu desenvolvimento. Em algumas áreas periféricas, as crianças brincam em locais inseguros, como ruas e terrenos baldios, enquanto em bairros mais privilegiados, a falta de espaços públicos acessíveis compromete a igualdade de oportunidades. A situação é ainda mais agravada pela cultura centrada no automóvel, que torna o uso de bicicletas perigoso e inviabiliza a criação de espaços de convivência adequados.
A Lei nº 14.826/2024, sancionada recentemente, busca enfrentar esse cenário ao reconhecer a importância do direito ao brincar e ao desenvolvimento saudável das crianças. Ela estabelece a necessidade de garantir estruturas adequadas para lazer, cultura e esporte, e destaca a responsabilidade dos gestores públicos na criação de ambientes urbanos que promovam a autonomia e a educação não violenta. Contudo, o texto evidencia que, nas grandes cidades brasileiras, a realidade dos espaços públicos ainda é precária, com calçadas estreitas e mal cuidadas, parques abandonados e uma infraestrutura que não atende às necessidades da população.
A reflexão central do artigo é a necessidade urgente de repensar as prioridades urbanas. Investir em espaços públicos de qualidade, como calçadas arborizadas, ciclovias seguras e áreas de convivência, é fundamental para garantir o bem-estar das crianças e jovens. Cidades bem planejadas, que priorizam o espaço público e a mobilidade urbana, educam seus habitantes e oferecem melhores condições para o crescimento saudável e a convivência social.