A China deu início em 2024 a um significativo programa de construção de usinas a carvão, com o objetivo de gerar 94,5 gigawatts de energia. Esse investimento marca a maior expansão desse tipo de fonte energética desde 2015 e surge como uma resposta aos riscos de escassez de energia no país. No entanto, essa decisão vai contra os compromissos de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, como apontam organizações internacionais como o Centre for Research on Energy and Clean Air e o Global Energy Monitor.
Especialistas alertam que, se o carvão continuar a desempenhar um papel importante no sistema energético da China por um longo período, será mais difícil atingir uma rápida redução nas emissões de gases de efeito estufa. Qi Qin, do Centre for Research on Energy and Clean Air, destacou que isso pode comprometer as metas climáticas globais, embora a China também tenha aumentado a capacidade de geração de energias renováveis em 2024, o que demonstra um cenário ambíguo no país.
Essa situação ocorre em um contexto em que China e Estados Unidos são os maiores emissores de gases do efeito estufa. Enquanto os projetos chineses avançam e retrocedem no combate ao aquecimento global, os Estados Unidos, por sua vez, decidiram se retirar novamente do Acordo de Paris, o tratado internacional destinado a reduzir as emissões de carbono. Esse cenário coloca em questão o futuro da colaboração internacional na mitigação das mudanças climáticas.