A China não tem interesse em uma escalada tarifária com os Estados Unidos, pois isso poderia prejudicar o comércio internacional e afetar sua economia, que depende do sistema global de trocas. Especialistas como Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da OMC, e Larissa Wachholz, especialista em Ásia, destacam que a resposta da China à imposição de tarifas pelos EUA foi estratégica e cuidadosa, com foco em minimizar danos e não ampliar a disputa. A China, uma das maiores economias globais, precisa que o comércio internacional continue funcionando de forma estável, uma vez que é a principal parceira comercial de mais de 120 países.
A guerra comercial entre os dois países, iniciada com tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, não se limita apenas aos aspectos econômicos, mas envolve também questões políticas e geopolíticas, como o controle de fluxos migratórios e o combate ao tráfico de substâncias ilegais. A postura dos EUA, segundo os analistas, tem aumentado a imprevisibilidade no cenário global, ao desafiar acordos comerciais sem considerar os impactos econômicos amplos, o que compromete a confiança em sua liderança.
Os especialistas também apontam que a China tem agido de forma mais calculada, evitando uma reação excessiva que pudesse prejudicar ainda mais o equilíbrio do mercado global. A resposta da China foi cirúrgica, atingindo setores específicos dos EUA, como empresas com interesses no país, sem buscar uma escalada no conflito. Para os analistas, a China demonstra ser o “adulto na sala”, mantendo uma abordagem pragmática frente a uma situação de alta tensão econômica e política.