Chimamanda Ngozi Adichie, escritora nigeriana-americana e autora de “Americanah”, retornou à literatura após mais de uma década sem publicar um romance. Esse período foi marcado por momentos de grande tristeza em sua vida, como a morte repentina de seu pai, em 2020, e de sua mãe, em 2021. Além dessas perdas, Adichie passou por mudanças significativas no cenário político global, incluindo a ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Durante uma conversa em sua casa, em Baltimore, Adichie compartilhou como o tempo afastado da ficção foi influenciado por esses acontecimentos pessoais e pela intensidade de suas responsabilidades familiares.
Apesar de seu retorno ao mundo da literatura, Adichie revelou como a maternidade, embora uma bênção, impôs desafios à sua carreira. Ela mencionou que, se não tivesse tido filhos, poderia ter escrito mais livros durante esses anos. Ela também compartilhou com o público que, ao longo dos anos, se manteve discreta sobre sua vida pessoal, incluindo seu casamento e a recente chegada de seus filhos gêmeos. A escritora comentou sobre a curiosidade excessiva que os nigerianos têm em relação à vida privada dos outros, razão pela qual ela sempre evitou falar sobre esses assuntos de forma aberta.
Adichie, conhecida por seu ativismo e por suas posições feministas, explicou que sua reticência em compartilhar detalhes íntimos de sua vida familiar visa preservar sua privacidade e focar em suas obras literárias. Durante o encontro, ela se mostrou receptiva, mas reafirmou sua preferência por manter sua vida pessoal em segundo plano, em vez de deixá-la ser explorada pela mídia. A autora enfatizou que, embora seus filhos façam parte de sua vida, sua história e sua escrita são sua principal prioridade, e ela deseja proteger sua família da exposição pública.