As múmias egípcias continuam a intrigar estudiosos e arqueólogos, e suas histórias de preservação milenar revelam aspectos importantes sobre os rituais funerários do Antigo Egito. Um estudo publicado no Journal of the American Chemical Society investigou os odores emitidos por múmias de até 3.500 anos, com base em uma pesquisa realizada no Museu Egípcio do Cairo. Foram analisados nove corpos preservados, datados entre 1500 a.C. e 500 d.C., com o objetivo de entender as substâncias utilizadas no processo de mumificação e seus impactos ao longo do tempo.
A pesquisa revelou que os aromas encontrados nas múmias eram surpreendentemente diversos e, em alguns casos, familiares. Sete das nove múmias exalavam um cheiro amadeirado e picante, enquanto cinco apresentavam um odor adocicado e três possuíam notas similares ao incenso. No entanto, também foram detectados odores de mofo e ranço, que estão associados ao impacto do tempo e às condições de preservação. Esses aromas refletem a complexidade das substâncias utilizadas durante o embalsamamento e ajudam a identificar as variações nos métodos de mumificação.
Os pesquisadores apontaram quatro principais fontes para os odores das múmias: materiais de mumificação como resinas e óleos, a ação de microrganismos ao longo dos séculos, produtos sintéticos aplicados para conservação, e óleos vegetais usados na Antiguidade. Embora os odores encontrados não representem o cheiro original da época, devido à oxidação e variações químicas ao longo do tempo, os dados oferecem uma visão mais detalhada sobre as técnicas funerárias e os métodos de preservação empregados pelos egípcios antigos.