Na manhã de terça-feira (25), centenas de arraias foram encontradas mortas na Praia do Itararé, em São Vicente, no litoral sul de São Paulo. A prefeitura estima que mais de 200 exemplares da espécie, conhecida como arraia ticonha, tenham sido localizados ao longo da faixa de areia. O fato chamou a atenção de banhistas e moradores, muitos dos quais registraram imagens da situação. A presença dos animais mortos gerou preocupação, especialmente por se tratar de uma espécie ameaçada de extinção.
Pesquisadores sugerem que as arraias tenham sido vítimas de um incidente envolvendo redes de pesca, possivelmente ocorrendo durante a madrugada. De acordo com o biólogo Otto Bismarck, as arraias estavam em estado de decomposição, o que indicaria que elas foram capturadas e liberadas por pescadores antes de morrerem na praia. A coordenadora do projeto Mantas Raias do Brasil, Paula Romano, também ressaltou a importância do manejo adequado para a devolução dos animais ao mar, o que, neste caso, não teria ocorrido.
A perda dessas arraias pode ter um impacto significativo sobre o ecossistema marinho local, pois elas desempenham um papel importante na cadeia alimentar. O biólogo alerta para os danos que a eliminação de predadores como as arraias pode causar ao equilíbrio do ambiente marinho, afetando diretamente a biodiversidade e, eventualmente, o próprio ser humano. Pesquisadores da Unesp estão analisando as causas das mortes para entender melhor as circunstâncias desse evento trágico.